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Com inovações para saúde pública, segurança alimentar e meio ambiente, pesquisador da UFV vence Prêmio Jovem Cientista

Apaixonado por instrumentação científica, Wenderson Rodrigues criou um projeto com um sensor e três equipamentos nas áreas de tecnologias inovadoras, suste...

Com inovações para saúde pública, segurança alimentar e meio ambiente, pesquisador da UFV vence Prêmio Jovem Cientista
Com inovações para saúde pública, segurança alimentar e meio ambiente, pesquisador da UFV vence Prêmio Jovem Cientista (Foto: Reprodução)

Apaixonado por instrumentação científica, Wenderson Rodrigues criou um projeto com um sensor e três equipamentos nas áreas de tecnologias inovadoras, sustentabilidade e baixo custo de produção. Pesquisador da UFV que venceu Prêmio Jovem Cientista explica criação do projeto No início deste mês, foram anunciados os vencedores do Prêmio Jovem Cientista, e o mineiro Wenderson Rodrigues Fialho da Silva, pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV), foi o vencedor na categoria Mestre e Doutor, ao desenvolver sensores e equipamentos de baixo custo voltados para a saúde pública, segurança alimentar e monitoramento climático. 🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do CNPq e da Fundação Roberto Marinho, com patrocínio master da Shell e apoio da Editora Globo e do Canal Futura. Neste ano, sob o tema 'Conectividade e Inclusão Digital', foram analisados mais de 800 trabalhos, com dez pesquisadores e duas instituições premiados por criarem ferramentas capazes de melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Entre os projetos, o mestre e doutorando em Física desenvolveu um sensor para o rápido diagnóstico da Covid-19. Ele conta que foi incentivado a se inscrever pelo orientador da UFV, o professor de Física Joaquim Bonfim Santos Mendes, que acredita muito no potencial científico dele. “Eu me senti extremamente feliz, emocionado e honrado. Nunca imaginei que poderia ganhar um prêmio da importância do Prêmio Jovem Cientista. Isso certamente vai me motivar muito a dar continuidade aos estudos e à pesquisa científica. Espero que ele também abra muitas portas no futuro". Com a premiação, Wenderson ganhou R$ 35 mil e o orientador, um notebook. O pesquisador também recebeu uma bolsa de pós-doutorado ou doutorado, além de uma viagem com tudo pago para o encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre em julho, no Recife. Wenderson Rodrigues discursando ao lado do presidente do CNPq, Ricardo Galvão, e do orientador dele, Joaquim Mendes UFV/Divulgação Projetos desenvolvidos Na graduação e no mestrado, o pesquisador criou um projeto com um sensor e três equipamentos nas áreas de tecnologias inovadoras, sustentabilidade e baixo custo de produção, com a ajuda do trabalho coletivo de pesquisadores de diferentes áreas da UFV. Um deles foi o 'biossensor magnetoelástico', um equipamento portátil voltado para o diagnóstico sorológico da Covid-19, com custo de R$ 250, e que também pode ser usado em diagnósticos em escala e ser modificado para detectar outras doenças. O segundo produto criado por Wenderson foi a câmara de esterilização ultravioleta (UV), que utilizava lâmpadas de vapor de mercúrio descartadas da iluminação pública por estarem queimadas. Segundo o pesquisador, a substituição de produtos de alto consumo por lâmpadas LED gerou um grande volume de descarte, o que pode contaminar rios e solos, prejudicando a saúde de animais e pessoas. Câmara de esterialização Wenderson Rodrigues/Arquivo Pessoal “O que a gente fez foi quebrar essas lâmpadas, retirar a peça responsável pela emissão de luz na região do ultravioleta e utilizá-la na construção de uma câmara de esterilização. Ela se mostrou altamente eficiente para esterilizar os mais diversos objetos e alimentos contaminados com altas populações de bactérias”, explicou o doutorando. Já o terceiro equipamento produzido foi uma estação meteorológica baseada em Internet das Coisas (IoT), na qual um conjunto de dispositivos e sensores está interconectado para otimizar a troca de dados. A estação foi construída com materiais alternativos e sensores de baixo custo. O equipamento também facilita a aprendizagem, a compreensão de padrões climáticos locais, o monitoramento de eventos climáticos extremos, o avanço da agricultura inteligente, a caracterização de ecossistemas e a prevenção de desastres naturais, entre outros benefícios. Estação meteorológica criada por Wenderson Wenderson Rodrigues/Arquivo Pessoal Para o cientista, a estação meteorológica é uma oportunidade de democratizar o acesso a informações climáticas em tempo real. Agora, o pesquisador revelou que pretende dar continuidade à área de instrumentalização científica voltada para baixos custos de produção em setores como a medicina, a agricultura e outras indústrias. “Desenvolver esses equipamentos com materiais reciclados democratiza ainda mais a possibilidade de outras pessoas, que não têm acesso a recursos muito grandes, como era o meu caso, de ter a oportunidade de trabalhar com esse tópico da ciência. Isso é uma forma de buscar soluções para novos problemas e oportunidades no futuro", concluiu. Paixão pela ciência desde a adolescência Oficina de Wenderson dentro de casa Wenderson Rodrigues/Arquivo Pessoal Wenderson conta que iniciou na área de instrumentação científica no ensino médio, quando começou a reproduzir, em uma oficina improvisada em casa, os experimentos científicos que via nos livros, além de tentar medir as variáveis associadas aos parâmetros que estava analisando nos experimentos. “Para fazer essas medidas, eu não tinha os equipamentos, então foi ali que começou a ideia de querer desenvolver dispositivos para medir. Desde o ensino médio, levava minhas criações para feiras de ciências, com telescópios, microscópios, circuitos e transmissores, sendo bem reconhecido e incentivado pelos excelentes professores que tive na rede pública", disse ele. Feira de Ciências que Wenderson participou criando uma bobina de Tesla estudando em uma escola pública Wenderson Rodrigues/Arquivo Pessoal Já no final do ensino médio, o jovem foi convidado a montar um laboratório de física em uma escola privada da cidade e pôde desenvolver ainda mais habilidades associadas à experimentação científica, além de ajudar na educação dos jovens. De biologia para a engenharia elétrica e, finalmente, para a física, Wenderson diz que fez "uma das melhores escolhas da vida ao cursar física. Tive muitas oportunidades de ser multidisciplinar no curso e sou muito feliz criando equipamentos para diferentes áreas". Prêmio Jovem Cientista celebra projetos de inclusão digital *estagiária sob supervisão de Victória Jenz. 📲 Siga o g1 Zona da Mata: Instagram, X e Facebook VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes