‘Ela vai bater esse carro, tá muito louca’: Ligação de motorista à PM relatou direção perigosa de mulher que causou acidente na Serra do Bandeirantes, em Juiz de Fora
Segundo a Polícia Civil, uma chamada feita para o 190 indicou que Marinne Oliveira estava colocando outros motoristas em risco na Estrada Engenheiro Gentil For...
Segundo a Polícia Civil, uma chamada feita para o 190 indicou que Marinne Oliveira estava colocando outros motoristas em risco na Estrada Engenheiro Gentil Forn. Minutos depois, o veículo dela bateu em outro na Rua Paracatu, ferindo seis pessoas; uma criança morreu. Acidente na Serra do Bandeirantes resultou na morte de uma criança de 2 anos em Juiz de Fora Polícia Civil/Divulgação Uma ligação recebida pelo 190 da Polícia Militar às 21h58 indicava que a motorista de 36 anos, apontada pela Polícia Civil como responsável por causar um acidente na Rua Paracatu, na Serra do Bandeirantes, no dia 13 de outubro, dirigiu de forma imprudente por quase 10 km nas ruas de Juiz de Fora. 🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região A denúncia foi realizada minutos antes da batida entre o carro dela e um veículo de transporte por aplicativo, onde estava a família do menino Ângelo Gabriel, de 2 anos. A criança foi socorrida, mas morreu três dias depois na Santa Casa de Misericórdia. Uma irmã dele, de 9 anos, segue internada e precisou ficar em ventilação mecânica, em estado gravíssimo, por 17 dias. A TV Integração teve acesso à transcrição da conversa entre o denunciante e o policial que atendeu a ligação, que durou aproximadamente 3 minutos. O nome de quem fez a ligação e a placa não serão transcritos nesta reportagem. Confira abaixo: Policial: Cento e noventa, emergência. Boa noite. Denunciante: Boa noite, meu amigo, eu quero fazer uma denúncia anônima. Policial: Pode falar. Denunciante: Eu tô descendo o morro do Privilege aqui agora e tem um Fox preto, a mulher tá embriagada descendo muito louca. Policial: Tá, você anotou a placa dele aí, cara? Denunciante: transcrição não reproduzida para não expor os dados do veículo. Policial: transcrição não reproduzida para não expor os dados do veículo. Denunciante: transcrição não reproduzida para não expor os dados do veículo. Policial: transcrição não reproduzida para não expor os dados do veículo. Denunciante: Isso, tá descendo aqui, acabou de descer o morro do Privilege aqui, óh. Policial: Mas como é que, o que você percebeu aí? Ela tá.... Denunciante: Ela passou por mim na direita que não pode, ali no São Pedro ali e tá pegando canteiro tudo, andando para lá e para cá, ela vai bater esse carro. Policial: É um fox preto? Denunciante: É. É meio azulado escuro, tá escuro. Ela tá muito louca! Policial: Tá descendo sentido ali o Bairro Santa Helena ali, aquele lado ali? Denunciante: Isso, descendo... chegando na rotatória aqui do do do, do final do morro do Privilege. Policial: Não, então, ela tá subindo em direção a São Pedro ou descendo. Denunciante: Ela tá descendo, tá descendo o morro. Ela tá descendo esse morro do Privilege aqui, tá entrando na rotatória aqui já. Policial: Como é que chama essa rua aí, você sabe? Denunciante: Eu não sei o nome dessa rua... olha ela fez uma curva...Nosso Deus. É, sentido, é isso, como se fosse indo pro Morro da Glória ali... eu não sei o nome dessa rua aqui. Policial: Eu já, eu já coloquei, só... Denunciante: Aí chegando na rotatória, ela virou à esquerda, eu também vou virar à esquerda. Eu tô no morro da Glória, ela também. Polícia: Como é que é seu nome cara? Denunciante: o nome foi preservado na transcrição deste texto. Denunciante: Ela desceu sentido Vale do Ipê agora. Denunciante: Olha tá na contramão olha. Óia, óia, óia. Denunciante: Ela chegou nesse posto. Royal aqui no Vale do Ipê. Tá indo sentido Democrata. Denunciante: Ou... Alô! Aí ela foi sentido Democrata. Eu virei. Policial: Democrata. Denunciante: Isso. Policial: Tá ótimo então. Obrigado. Eu vou pedir uma viatura para ver se consegue abordagem aí. A conversa faz parte do inquérito que investiga o caso, agora sob responsabilidade do delegado Rodrigo Rolli. As apurações ainda devem apontar se Marinne responderá por homicídio culposo, sem intenção de matar, ou por homicídio com dolo eventual, por ter assumido o risco de causar o acidente. O g1 enviou e-mail à Polícia Militar para saber se alguma viatura chegou a ser acionada para tentar abordar o carro, mas não recebeu retorno. Delegado Rodrigo Rolli e outros investigadores durante coletiva que deu novos detalhes sobre o acidente que matou Ângelo Gabriel, em Juiz de Fora Polícia Civil/Divulgação Ainda conforme o delegado, policiais civis estiveram em alguns pontos do trajeto por onde Marinne Oliveira dirigiu em busca de câmeras de segurança que possam ter filmado a passagem do veículo. "Perdendo o controle da direção, aparentando estar acima da velocidade [...] Imagens da UFJF mostram ela passando em um quebra-molas de forma muito avassaladora, além de uma condução não retilínea", completou Rodrigo Rolli. Suspeita estava em churrasco Durante entrevista coletiva, concedida na quinta-feira (7), o delegado confirmou que Marinne teria passado o dia em um churrasco com amigos no Bairro Aeroporto e foi embora por volta das 22h. Ainda conforme ele, pessoas que estavam no evento confirmaram que ela fez uso de bebida alcoólica. Uma garrada de cerveja foi encontrada dentro do carro logo após o acidente. Garrafa de cerveja vazia é encontrada em carro de motorista que se envolveu em acidente em Juiz de Fora Polícia Militar/Divulgação A autoridade policial disse, ainda, que aguarda o resultado de outros laudos periciais para a conclusão do inquérito. A suspeita esteve na delegacia para prestar depoimento, mas permaneceu calada. O g1 entrou em contato com a defesa dela, que, em nota, informou que aguardará a perícia nos vídeos sobre a suposta direção perigosa."Por este motivo, nós, como Defesa Técnica a orientamos a ficar em silêncio durante seu interrogatório na data de hoje". Confira o posicionamento completo mais abaixo. O acidente A batida entre os carros aconteceu na noite do domingo, 13 de outubro, na Rua Paracatu, na Serra do Bairro Bandeirantes. Segundo a PM, a motorista de 36 anos contou que subia a via e não viu nada antes do acidente, apenas o airbag explodindo. Ela estava sozinha no carro. Acidente entre carros deixa duas crianças gravemente feridas na Serra dos Bandeirantes, em Juiz de Fora Morre criança que ficou gravemente ferida em acidente na Serra do Bandeirantes, em Juiz de Fora Laudo pericial aponta que acidente na Serra do Bandeirantes foi causado pela motorista do outro carro; uma criança morreu e outra está em estado grave O outro automóvel era ocupado pelo motorista de aplicativo, de 36 anos, um casal, de 27 e 28 anos, e três crianças, de 2, 6 e 9 anos. A família voltava da igreja. Ângelo Gabriel, de 2 anos, chegou a ficar internado três dias na UTI infantil da Santa Casa, mas morreu. A irmã dele também deu entrada em estado grave na unidade, onde segue hospitalizada. Defesa se diz à disposição das autoridades Em nota, a defesa informou que, como o indiciamento não foi formalizado, os advogados não vão tecer comentários sobre o caderno investigativo. Confira o texto na íntegra: "Por hora, vamos nos abster de uma manifestação por vídeo tendo em vista que o Delegado ainda não formalizou o indiciamento e, pensando na defesa da nossa cliente, não queremos nos antecipar em tecer comentários sobre o caderno investigativo. No momento, o que temos a dizer é que a Marinne, bem como sua Defesa, se encontra à disposição das Autoridades a todo momento que for solicitada, que ela não pretende se furtar das suas obrigações no limite da ação que praticou e que no momento oportuno apresentaremos a sua defesa, tendo em vista que o Inquérito é um procedimento discricionário onde não existe margem para o contraditório. No momento, aguardamos também a perícia nos vídeos sobre a suposta direção perigosa, e por este motivo, nós, como Defesa Técnica a orientamos a ficar em silêncio durante seu interrogatório na data de hoje. Por fim, o que temos a rechaçar urgentemente sobre as investigações é que não existe 01 prova documental acerca da sua embriaguez ou nos termos da lei, sobre eventual alteração da sua capacidade psicomotora, o que foi atestado pelo Policial Militar que atendeu a ocorrência, pelo Médico que a atendeu no HPS e pela Perita da Polícia Civil, sendo importante salientar que o suposto soro glicosado levantado pelo Dr Rodolfo Rolli também restou demonstrado não ter existido após o depoimento do médico do HPS, Dr Vinicius Mesquita." 📲 Siga o g1 Zona da Mata no Instagram, X e Facebook VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes