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Universidade Federal de Viçosa ganha liminar para construir primeira biblioteca genética da cannabis no Brasil

Instituição solicitou autorização à Anvisa para o cultivo de 5 mil pés da planta, com cerca de 400 variedades. Obra está sendo financiada pela empresa Ca...

Universidade Federal de Viçosa ganha liminar para construir primeira biblioteca genética da cannabis no Brasil
Universidade Federal de Viçosa ganha liminar para construir primeira biblioteca genética da cannabis no Brasil (Foto: Reprodução)

Instituição solicitou autorização à Anvisa para o cultivo de 5 mil pés da planta, com cerca de 400 variedades. Obra está sendo financiada pela empresa Cannabreed Technology Brasil e custa R$ 1,5 milhão. Banco de Germoplasma será construído em uma área de quase um hectare no Vale da Agronomia na UFV UFV/Divulgação A Universidade Federal de Viçosa (UFV) obteve uma liminar na Justiça para sediar o primeiro banco genético de Cannabis sativa L. do Brasil. A planta tem um grande potencial de uso em diversas áreas, como a produção de medicamentos, fibras, bioplásticos, alimentos não psicoativos e biocombustíveis. 🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região Em nota, a Sociedade Brasileira de Estudo da Cannabis Sativa confirmou que a iniciativa vai ser pioneira no país. Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que não fornece esse tipo de informação por estar ligado ao sigilo das atividades de pesquisa. Apesar do potencial, a cannabis enfrenta desafios regulatórios no Brasil devido às propriedades psicoativas. A substância pode atuar sobre o cérebro, modificar o funcionamento e provocar alterações no humor, na percepção, no comportamento e em estados de consciência, o que exige cuidado durante as pesquisas. Embora o cultivo deva ser supervisionado pelo Ministério da Agricultura, ela também está sob a jurisdição da Anvisa, que ainda não aprovou as normas no país. Cannabis Abrace/Divulgação 👉 Por isso, em outubro de 2023, a UFV solicitou autorização à Anvisa para o cultivo de 5 mil pés de cannabis, com cerca de 400 variedades. “A justificativa da Anvisa é que o tema envolve saúde e, assim, carece de mais estudos. Por isso, a UFV e a empresa conveniada entraram na Justiça, alegando que se tratava de um banco genético, justamente para ser a fonte para futuras pesquisas”, explica o professor Derly José Henriques da Silva, do Departamento de Agronomia da UFV, que está à frente do projeto. Após quatro anos de negociações, a construção do Banco de Germoplasma foi autorizada por meio de um habeas corpus concedido pela Subseção Judiciária da Justiça Federal de Viçosa, sob a jurisdição do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6). A decisão de 1ª instância foi anunciada no dia 21 de outubro. Cannabis medicinal: o que é o sistema endocanabinoide e como a planta age no corpo Drogarias iniciam comercialização de canabidiol em Juiz de Fora, Barbacena e São João del Rei Anvisa libera venda de produtos à base de cannabis em farmácias Caso haja alguma outra decisão da Justiça em barrar a construção da biblioteca, a UFV afirmou que 'sempre poderá recorrer às instâncias superiores' e 'está comprometida a seguir todas as regras brasileiras e internacionais de segurança para o cultivo destinado ao Banco de Germoplasma, desde que amparada pelas decisões judiciais pertinentes'. “É crescente o número de estudos voltados para o uso seguro dos canabinoides na saúde humana. Medicamentos feitos com esses princípios ativos já são comercializados em todo o mundo, mas os preços são muito altos para quem precisa deles. Nosso país tem clima e solos apropriados para a produção desta planta, que tem todo esse potencial. O que nós queremos, na UFV, é desenvolver pesquisas para conhecer a planta e as demandas agronômicas em cultivo no Brasil, a fim de viabilizar uma produção segura e sustentável”, diz o professor. Construção do banco Derly José Henriques da Silva, professor que está à frente do projeto UFV/ Divulgação No dia 21 de outubro, o Departamento de Agronomia aprovou o início da construção do Banco de Germoplasma, que vai abrigar as sementes e proporcionar os estudos da planta. As obras estão em andamento. O projeto é financiado pela empresa Cannabreed Technology Brasil Ltda, com a qual firmaram uma parceria em 2023, após perceberem o crescente interesse do mercado pela cannabis. De acordo com o professor Derly, o investimento feito foi de aproximadamente 1,5 milhão. Segundo a UFV, o banco será construído em uma área de quase um hectare no Vale da Agronomia do campus. O espaço prevê plantios realizados em solo, protegidos por equipamentos de segurança e monitoramento constante da vigilância da universidade. A conclusão das obras está prevista para o início de 2025, quando o banco poderá começar a receber e cultivar as sementes. Para o professor Derly, a iniciativa marca um importante passo para o Brasil explorar o potencial econômico e medicinal da cannabis de maneira transparente e científica. 📲 Siga o g1 Zona da Mata no Instagram, X e Facebook VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes